Um momento para reflexão

Lamentavelmente, a saúde do Papa Francisco inspira sérios cuidados. Como se o desafio de ter seguidas pneumonias aos 88 anos de idade não fosse o bastante, o pontífice argentino Jorge Mario Bergoglio convive também com a ausência do lóbulo superior do pulmão direito desde os 21 anos de idade. Em 1957, um surto de gripe atacou todos os seminaristas que viviam com ele no Seminário da Villa Devoto, mais conhecido como Seminário Metropolitano de Buenos Aires.
Na época, os médicos optaram pela abordagem mais agressiva para lidar com três nódulos que surgiram em seu pulmão. Embora drástica, a cirurgia garantiu uma vida plena ao Papa Francisco, que luta com novas questões pulmonares desde 14 de fevereiro, quando foi internado no Hospital Gemelli, em Roma.
A todos, resta-nos orar e confiar. É impensável imaginar que ele não esteja recebendo o melhor tratamento médico disponível. Triste, no entanto, é já ler em alguns jornais a politização de um eventual conclave num futuro próximo. Sabemos que esta reunião entre cardeais só acontece mediante renúncia ou falecimento do líder maior da Igreja Católica, e ler na imprensa os nomes mais “à direita” ou mais “à esquerda” que poderiam tomar seu lugar soa como crueldade, para dizer o mínimo. Rezemos pela saúde do Papa, mas também pelo coração dos homens: há momentos e lugares para a política. A luta pela vida num quarto de hospital não se enquadra em nenhum deles.