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Tirando a tramitação em caráter de urgência para a criação de mais de 160 cargos comissionados para o STF (leia-se aumento de salários para assessores diretos dos ministros), a algazarra no Conselho de Ética sobre a cassação do Deputado Glauber Braga, o vai e vem da guerra tarifária internacional, e a discussão da PEC da anistia, nada mais é discutido em Brasília. E talvez o motivo seja óbvio: estamos há quinze dias sem pesquisas de opinião sobre a popularidade do governo.  

Mesmo com o IPCA de março superando o teto da meta (0,56%), o dólar beirando os seis reais, o governo cogitando gastar reservas internacionais, o endividamento recorde das famílias, a alta nos preços de alimentos (as previsões de queda passaram agora para depois de julho), e os juros anuais rotativos do cartão de crédito a incríveis 450,6%, seguimos sem um planejamento econômico. Não há nenhum projeto sendo desenvolvido, nenhuma discussão, nenhuma ideia que garanta uma camada de segurança frente às incertezas internas e externas.

Na verdade, teve uma: o ministro de Minas e Energias, Alexandre Silveira, anunciou ontem que planeja ampliar a gratuidade da conta de luz para 60 milhões de brasileiros, elevando a faixa de isenção de 50 para 80 KW/ mês. Essa benesse anunciada terá um impacto na conta dos demais pagadores perto de 2%. Como estamos falando de uma medida que atinge milhões de brasileiros, o ministro Silveira garantiu que isso será coberto por “outras fontes de recursos da união”.

Como não age, só reage, Haddad correu pra desmentir o anúncio. Com um orçamento comprometido ao extremo, sempre sobra pra ele encontrar mais e mais receitas para alimentar essa fome eterna por almoço grátis no governo. Seu apelido não veio à toa… Haddad disse não haver nenhum estudo nem projeto nesse sentido. Mas conhecendo Brasília, sabemos que é só aguardar… Silveira não viajou em fevereiro com Lula por nada… ouso dizer que não passa de um mês, e teremos o envio de um projeto de lei para a Casa Civil contemplando o que Silveira já fez questão de anunciar. E mais: quem duvida que em 2026 será essa uma das suas principais bandeiras quando concorrer nas eleições em Minas?! Com a morte do prefeito de BH Fuad Noman, as incertezas sobre o futuro de Rodrigo Pacheco e quem Cassab e seu PSD irão apoiar para presidente, Silveira certamente aposta na medida para catapultar seu futuro político. Podemos até estar sem pesquisas de opinião, mas palpites não faltam.

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