Alexa, mandar meteoro

Terminou no último dia 4 de abril, no Rio de Janeiro, a LAAD (Latin America Aerospace and Defence Fair), em tradução livre, Feira Latino Americana de Defesa e Tecnologia Aeroespacial. A despeito de nossas forças policiais e armadas enfrentarem suas ameaças com um abissal déficit de equipamentos táticos e armamentos, o brasileiro médio sequer tem ideia de que o país possui uma das mais modernas e internacionalizadas indústrias de armas do mundo.

Isso mesmo, a Taurus, empresa fundada em 1939 em Porto Alegre, exporta suas armas e munições para mais de cem países, possui fábrica nos Estados Unidos, e é líder em vendas de pistolas e revólveres num dos maiores mercados consumidores do planeta, o americano. E esta mesma Taurus apresentou na LAAD deste ano um compêndio enorme de equipamentos, entre eles, um que chamou a atenção de militares, agentes e secretários de segurança. Trata-se do protótipo de um drone capaz de ser equipado com inúmeros modelos de fuzis já existentes e de integrar essa arma às suas tecnologias de monitoramento e voo, com precisão e segurança. Seria uma espécie de helicóptero de combate em miniatura, que não expõe pilotos e artilheiros aos riscos de uma zona de guerra.

Quem tem a paciência de acompanhar o que ocorre na Ucrânia sabe que o pequeno país só se mantém de pé diante da Rússia graças aos drones (aéreos, terrestres e marítimos) que receberam da OTAN e aqueles que, com baixíssimo custo, conseguiram produzir internamente. Drones representam hoje a tecnologia de guerra que mais avança no mundo, justamente pelo seu baixo custo e preservação da vida dos combatentes, o ativo mais caro de qualquer exército.

Aí, ao invés de valorizarmos esta importante conquista da indústria brasileira capaz de salvar vidas e apresentada por uma empresa com mais de 87 anos de mercad e respeitada no mundo todo, adivinhe o que é publicado na nossa imprensa?! “Os efeitos nocivos que essa tecnologia pode representar para as populações civis nas áreas mais vulneráveis, como nas favelas do Rio de Janeiro…”. Sem falar nos “especialistas” que comentam o tanto que “isso pode ser perigoso para as comunidades”.

Como se não bastasse a ADPF 635, julgada pelo STF a pedido do Partido Socialista Brasileiro, que obriga a PM do Rio de Janeiro a avisar mais de 7 órgãos públicos quando necessita realizar operações nos morros cariocas (e com isso as operações vazam e nenhum traficante graúdo é preso), agora temos a crítica acerca de um armamento que sequer foi adquirido por quem quer que seja… Só um meteoro, mesmo…

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