E aí, você topa?!

Você topa?
Vinte e sete bilhões. É quanto vai custar a isenção do IR para quem ganha até 5 mil por mês. Quem recebe acima disso terá que pagar essa conta, mas tudo bem. Tira daqui, tira dali… são prerrogativas dos representantes eleitos, e se foram eleitos, possuem o beneplácito das urnas. A maioria quis assim, vida que segue.
O problema não está em quem pagará a conta, mas no motivo da despesa. E o momento em que ela é contraída. Eu explico: estamos em um país encalacrado economicamente, com inflação acima do teto da meta, pleno emprego e baixa remuneração. E sem nenhum plano econômico em andamento, o governo não tem margem para reduzir os preços dos alimentos… O único jeito do Brasil segurar a inflação é freando o consumo, por isso a Selic nas alturas. Quanto mais dificultamos a vontade de gastar das pessoas, mais os preços se acomodam. Só que isso demora, não aparece nas pesquisas de intenção de votos nem é popular, já que se trata de um movimento natural… e é na popularidade que mora o perigo. Para sair bem na foto, o governo age pensando em 2026… como não consegue baixar o preço no supermercado, ele resolve dar mais dinheiro para a população consumir, assim ela compra o ovo pelo preço que estiver.
A medida soa doce nos ouvidos do eleitor. Mas é a receita mais amarga que um governo pode oferecer: o empréstimo consignado na carteira de trabalho, a isenção de IR e o programa Pé de Meia, por exemplo, colocarão mais de 50 bilhões em circulação em pleno ano eleitoral. Juros altos com dinheiro público zanzando é sinônimo de caos. A Argentina está aí pra provar. Por incrível que pareça, a melhor saída para o país seria fazer como na Venezuela: partimos logo a para o Lula4, com o Supremo autorizando sua recondução e vetando qualquer candidato viável de oposição. Assim, o governo não precisaria tomar essas medidas e controlaria a economia do jeito certo… se é isso que precisamos pra não quebrar em 2027, nem depender de um Milei em 2030, eu super topo. E você?!