Possivelmente, depende, ainda não se sabe. As frases mais ditas sobre a reforma tributária

Qualquer alienígena que chegar hoje ao Brasil e ler as manchetes do noticiário vai achar que nossos problemas tributários foram todos resolvidos. E nós sabemos que o brasileiro comum só vai até aí, até as letras graúdas… MAS, basta nosso visitante interplanetário ir um pouquinho além das chamadas, para constatar que, de fato, o Brasil não é para amadores também nesse quesito.

“Advogados tributaristas entendem que a redução no número de impostos pode diminuir a burocracia para empresários. Mas alertam para possíveis desvantagens para prestadores de serviço e pequenos comerciantes”

“Ainda não foi definida a alíquota do IVA, o percentual que será aplicado para calcular o valor do imposto”

“De forma geral especialistas entendem que a reforma poderá beneficiar empreendedores”

“Para alguns especialistas, esse benefício poderia atrair quem faz parte do SIMPLES”

“A proposta é que o IVA tenha um mecanismo”

“Assessora jurídica da Fecomércio acredita que o fim da bitributação poderia até resultar em perda de competividade para pequenos fornecedores”

“O tamanho desse impacto vai depender do tipo de produto”

Depois disso, pode trazer simplificação, mas a gente ainda não sabe, tudo isso ainda vai vir

Pode, não foi definida, poderia, poderá, vai depender, possíveis, isso ainda vai vir foram palavras presentes em uma única reportagem do G1, que falou com especialistas da área. Advogados, tributaristas, contadores… mas estão presentes em TODAS as matérias que tratam d assunto. Jornalismo sério não se faz desse jeito. Jornalismo sério iria atrás das perguntas não respondidas, não atrás de pessoas que aprovam aquilo que desconhecem. Mas o jornalismo brinca de deixar de ser sério há muito tempo. Então, não tem problema, a vida segue. Problema tem MESMO quando uma reforma dessa magnitude, que vai impactar a todos os 203 milhões de brasileiros é feita com esse nível brutal de incompetência, amadorismo, despreparo e má fé.

Já passou da hora de pararmos de fazer as coisas pela metade, pelos motivos errados e, principalmente, com interesses travestidos de benécies. Qualquer alienígena que tenha chegado ao Brasil há mais de 5 anos sabe que essa reforma não está nem aí pra resolver qualquer problema produtivo, injustiça ou desequilíbrio fiscal. Não quer trazer competitividade para a indústria, segurança para o investidor ou ao menos melhorar a vida de quem vende salgado no ponto de ônibus desde às cinco da manhã.

Qualquer um que tenha pisado num certo tapete verde sabe que ela quer mesmo é garantir mais dinheiro para que uma administração incompetente, inchada, corrupta, atrasada, e omissa possa gastar mais, da maneira que quiser e sem se preocupar com o dia de amanhã. Mas talvez, quem sabe, possivelmente, dependendo do que vier, errado esteja errado. E certo está quem fica apenas com as manchetes.

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