A minha falta de honestidade intelectual

Em entrevista à Mônica Bérgamo publicada hoje na Folha, Haddad afirmou faltar honestidade intelectual a quem critica o governo Lula e sua política econômica. Vamos guardar essa informação.

Passados sete dias do anúncio das tarifas impostas a praticamente todos os países pelos Estados Unidos, o real ostenta a marca de ser a terceira moeda mais desvalorizada no período. O fruto do trabalho de Itamar, FHC e Persio Arida ganhou (ou perdeu menos?) apenas do Dinar Líbio e do Peso Colombiano. E olha que fomos taxados originalmente somete em 10%.

O país campeão na desvalorização da moeda foi a Líbia (+ de 12%), uma terra devastada desde a primavera Árabe e a morte de Gaddafi em 2011, com guerra civil, destruição generalizada por conta das enchentes de 2023, e dezenas de milhares de cidadãos deslocados de suas casas até hoje… Para se ter uma ideia, o país sequer possui uma gestão único, e é controlado a oeste pelo Governo de Unidade Nacional (GDU – uma junta administrativa apoiada pela ONU) e a leste e a sul pelas Forças Armadas Árabes Líbias (FAAL), comandadas pelo General Haftar, que quer presidir um país unificado nem que seja à força. Já a Colômbia (praticamente empatada com o Brasil, com quase 6% de perda), sofre com a guinada administrativa do presidente Gustavo Petro. Corrupção, inoperância administrativa e falta de credibilidade são as marcas mais percebidas pela população nas últimas pesquisas. Outro agravante reside na violência e na criminalidade generalizadas, que estão acabando com qualquer possibilidade de Petro fazer seu sucessor nas eleições do no que vem.

Agora, escutar do Ministro da Fazenda que falta honestidade intelectual a quem critica a política econômica do terceiro colocado entre os campeões de desvalorização da moeda, perdendo só para Líbia e Colômbia é, no mínimo, curioso. Lembrando que todo o mundo está sendo impactado pela mesma variável, mas enfim… sigo seguindo a máxima: quando alguém malversa de forma generalizada e pública sobre seus críticos, isso diz mais sobre ele próprio do que sobre aquilo que é dito. No entanto, parece que ninguém necessita de mais manifestações do ministro para formatar uma opinião sobre sua intelectualidade. Pelo menos no que tange a economia.

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