Vivi para ver. E não foi bom. Mas calma, há esperança.

Quem acompanha os textos percebe que evito citar nomes. Ainda mais quando atrelados a críticas ou elogios. No Brasil polarizado, parece não ter espaço para um cidadão de um espectro político elogiar iniciativas vinda de alguém do lado oposto. Aprendi, sendo uma espécie de faz tudo em casa (arrumo de disjuntor a ralo entupido) que só existem dois tipos de adesivo no mundo: os que não soltam e os que não grudam. Por isso, faz bem fugir de rótulos.

Hugo Motta foi eleito presidente da câmara. Aliás, foi conduzido. Ele e Alcolumbre sequer tiveram opositores. Por isso, ambos se tornaram alvos itinerantes de críticas e elogios tanto da direita quanto da esquerda. Sendo assim, acabei ganhando duas figuras altamente mencionáveis. Vejamos:

Apenas ontem consegui assistir à íntegra da entrevista do presidente da Câmara à CNN. Sensato, firme. Uma grata surpresa. Dentre os assuntos abordados, merece destaque a regulação das redes sociais. Menos pelo tema, mais pela postura. Vivi para ver duas jornalistas jovens (que não citarei os nomes) clamando para que o STF assuma a responsabilidade sobre o tema, “já que o congresso não decide, que o STF o faça, não é mesmo?” foram as palavras que ambas compartilharam ao vivo. Deu frio na barriga. A sensação não foi legal.

Mas da resposta de Hugo Motta, um deputado jovem da Paraíba, surgiu uma nesga de esperança. Ele disse às duas: “entendam: não legislar também é uma posição política e o Supremo precisa compreender isso. O parlamento é o lugar do debate, do contraditório, e tem seu próprio tempo”. Vivi pra ver jornalistas torcerem para que uma suprema corte extrapole suas atribuições e interfira em outro poder, mas também para ver um político de apenas 35 anos dar uma resposta tão curta, e tão eloquente. Viver tem dessas coisas.

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