Quem trabalha pra quem?!

Terminamos o dia de ontem com a notícia de que Rumble e True Social processaram na Flórida o CPF do ministro Alexandre de Moraes por exigir o bloqueio e a desmonetização do perfil de Alan dos Santos. Foi um gesto político, um truco, que não teria consequências práticas para ninguém. Imaginamos, por isso, que o assunto mal entraria na pauta do noticiário internacional. Que nada… Os veículos mais relevantes de cada país divulgaram a notícia com destaque.

No início da noite, veio o “meio pau” (gíria do jogo de truco!!!) do ministro, multando o X de Ellon Musk em 8 milhões de reais por não ter cumprido as mesmas ordens que foram solicitadas às redes que o processaram. E hoje pela manhã, Alexandre de Moraes dobra a aposta (o que nem dá pra fazer no truco), e ameaça tirar a Rumble do ar até domingo, caso a empresa não indique seu representante legal no país ou apresente seu “cartão do CNPJ” em 48h.

A despeito de jogar pra galera sempre que alguém toca no nome de Trump, o governo tem agido bem em não esticar a corda pro lado americano. Não retaliou, não bateu tambor, e o Brasil vem passando tranquilamente pelas ameaças de tarifaço. Canadá e México, por exemplo, não tem tido o mesmo tratamento. Bola dentro para o governo brasileiro. É com inteligência que se joga o jogo.

Agora, se dependermos do Ministro Alexandre de Moraes, todo esse esforço da diplomacia brasileira acaba no ralo… num movimento individual, vaidoso e destemperado, o ministro chama novamente pra briga Trump e Musk de uma vez só!  Justo num momento favorável ao governo, com a humilhação imposta pela PGR a Bolsonaro, reforçando a narrativa da de golpe, que domina nossa imprensa tradicional.

Não é possível que executivo e legislativo não sejam capazes de sentarem com o judiciário para a obtenção de um uníssono, uma linha de enfrentamento, uma estratégia comum para o país, tanto no discurso, quanto nas ações em meio a um presidente americano que está fazendo muito rapidamente tudo que prometeu na campanha… é disso que o momento precisa. Na política internacional, maturidade, senso de união e profissionalismo são características indispensáveis, mas infelizmente nosso país não consegue demonstrar. Agora fica a dúvida: não faz porque não quer, não faz porque não consegue ou não faz porque é pra ser assim mesmo?!

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