A mulher de César e o meio ambiente

▶️ Na vida, algumas coisas a gente diz, mas não faz. Outras, a gente faz, mas não diz. Isso pode até funcionar na nossa privacidade. Na política moderna, nem tanto. Com o anúncio do Ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira dando conta de que o Brasil fará parte da OPEP+, o governo bem que tentou.

Na hora de anunciar o país como sede da COP30, a justificativa é fazer o Brasil liderar a transição global para novas matrizes energéticas… e na hora de passar de 10 para 35% as alíquotas de importação de veículos eletrificados? A justificativa é qual?

Num dia, o Brasil anuncia que fará a melhor COP da história. E cobra de países ricos recursos para o enfrentamento da crise climática. No outro, desmoraliza servidores do IBAMA e a própria Ministra do Meio Ambiente, reclamando da demora nas licenças para a Petrobrás prospectar petróleo na foz do Rio Amazonas. Lá tem petróleo. Não precisa prospectar. O que o IBAMA está fazendo é o que Marina Silva foi convocada a fazer, e o que a campanha disse que faria: preservar o meio ambiente. Aliás, depois dessa, a Ministra deveria entregar o cargo, já que Brasil entra no seleto grupo dos mais odiados por 10 entre 10 ambientalistas com ela encabeçando nosso meio ambiente.

O governo precisa escolher: seremos referência em energia limpa ou líder na exploração de petróleo e gás?! Lembrando sempre que cada escolha é uma renúncia. E neste caso, não há alternativa certa ou errada, e sim coerente ou não. É nessa esquizofrenia onde moram todos os problemas do governo. Não é atrás de boas notícias a qualquer custo que se reverte uma má avaliação… E sabendo disso, a paciência dos aliados mais experientes entra na reserva. Mas pelo menos, quem está dizendo que vai pular do barco, está realmente pulando. Paulinho da Força que o diga.

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