E como fica a temperatura política nos próximos meses?!

A fase não é boa para o governo. Paralisado, perdidão e com um time de estranhos que não se gostam nos ministérios, se comporta como um acompanhante que não mora com o doente. Ajuda em nada na consulta. O que restou é receber diariamente doses homeopáticas de receitas para melhorar seus números nas pesquisas de popularidade: dos noticiários, dos programas de entrevistas e até do advogado que mais se beneficiou defendendo os vitimados pelo mensalão.

Mas uma coisa não podemos negar: com Sidônio, temos uma relação impecável entre a comunicação do governo e a imprensa. E é isso que vai determinar nossos rumos em 2025. Do jeito que estamos, ficaremos.

Os assuntos que trariam dor sumiram das redações: visita da OEA, crise na USAID e a eleição para presidente do PT, por exemplo. Daí poderiam brotar queixas severas, ao ponto do doente cogitar pedir remédios duros, como o impeachment. A economia ruim incomoda, mas ela não tem rosto, é o tumor escondido que ninguém trata. A preocupação só se materializa quando temos pessoas, autoridades e empresas sendo citadas, nominalmente em grandes denúncias. Sem elas, o diagnóstico se resume a uma virose. E o brasileiro se acostumou com elas, e trabalha de boa com febre. Sem saber quem e quais empresas receberam recursos estrangeiros na eleição de 2022, nem o que pensa e o que fala Quaquá sobre Janja, Gleisi e o caso Mariele, seguiremos gripados, mas indo trabalhar. Repare que NENHUM jornal deu plantão para entrevistar os representantes da Comissão de Direitos Humanos da OEA e só tivemos uma caminhadinha rápida do Vaca sendo acompanhada pelo Metrópoles. E já deu o que falar…

A imprensa se comporta como o residente inseguro, que não fala da doença pra não incomodar o acompanhante nem ter que se responsabilizar pelo tratamento. Assim, receita dipirona pra baixar a febre e empurrar a bronca para o próximo plantonista. Em 2026 temos troca de plantão, e ficaremos como estamos. Só torcer para o paciente sobreviver até lá.

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