O que veremos de Brasília em 2025

Os poderes na capital se alimentam de vaidade e dinheiro. No passado, partidos e parlamentares disputavam ministérios por cargos, prestígio e controle de verbas. Ministro tem a caneta e voa de FAB.

Mas são 39 ministérios para 594 parlamentares. A conta não fecha. E com 5 bi de dinheiro público para campanhas eleitorais, correr riscos em licitações estranhas para fazer caixa não compensa mais. E com as verbas impositivas, emendas e a necessidade do executivo em aprovar votações, nossos representantes entenderam que, para chegar ao dinheiro, não se precisa mais dos ministérios como intermediários.

Já o governo, que gerencia os humores do parlamento abrindo ou fechando a torneira desses recursos, mostra-se bastante fragilizado. Presidentes de partidos aliados perderam o medo de falar o que pensam e faturam com a novidade de ser governo e falar mal dele ao mesmo tempo.

Para lavar as próprias mãos, Lula tentou até mudar o hidrômetro de lugar, passando para o gabinete do ministro Flávio Dino. Não adiantou. E justamente por conta dessa manobra, realizada entre Natal e Ano novo, veremos tramitações de projetos que deslocam nosso presidencialismo de coalisão para uma seara quase que parlamentarista, onde o congresso decide cada vez mais a aplicação de recursos.

Pela primeira vez na nossa história desse país, teremos um parlamento que, no lugar de buscar o impeachment de um presidente enfraquecido, tentará governar o país sem ele. Vaidade custa. Mas o orçamento está aí pra isso.

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.